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domingo, 1 de dezembro de 2013

Gigantes do Norte desnorteados e esquerdas tombando à direita

A queda dos gigantes esfacela os mais frágeis
Não ha caminhos para quem não sabe para onde quer ir. Não há um rumo para a Humanidade enquanto não se estabelecer os verdadeiros valores e objetivos da sua caminhada. A derrocada dos gigantes econômico-militares do Ocidente,  leia-se Estados Unidos e União Europeia, será muito mais uma ex-plosão do que uma im-plosão. Ou seja, os solavancos finais dessas potências vão causar tantos danos externos quanto os internos. Não cairão, ou melhor, não estão agonizando sem atingir todo o planeta com os estilhaços de suas mega estruturas.
Esta previsão terrivelmente certeira  à qual tem se lançado a maioria dos estudiosos da política, da sociologia e da história recentes, pode ser confirmada a pelas aparentemente injustificadas intromissões dos E.U.A e da U.E. nos conflitos étnicos, religiosos e tribais da Líbia,  Síria, e do Mali.
E o pior, na realidade, apesar da tão propalada “crise do capitalismo”, não se pensa nem se apresenta, de forma realista e lógica, nenhuma alternativa ao “império do capital” nem uma tendência “anti imperialista” num horizonte próximo.
Enquanto o capitalismo ocidental está em crise, a curva ascendente do neocapitalismo asiático da China, Índia e seus satélites provocam novas crises produzidas pela selvagem exploração das classes trabalhadoras e pelas criminosas e anacrônicas relações de castas, etnias e quase silenciosas guerras de periferia.
Ainda, as principais forças anti imperialistas da América Central e do Sul, África e Ásia não são os movimentos progressistas, seculares e democratas ou socialistas. Os movimentos que enfrentam o imperialismo são religiosos, étnicos, misóginos, socialmente conservadores e muitas vezes separatistas.
Mas não é apenas no Terceiro Mundo que a confusão está formada. Nos E.U.A, uma linha muito tênue separa republicanos e democratas. Aliás, em terras do Tio San, já se foi o tempo em que republicano era sinônimo de conservador, e que democrata significava progressista.
Em quase todo o mundo as ideologias de esquerda se diluem. A socialdemocracia no Ocidente ziguezagueia entre suas propostas ideais e uma ação política hiper-realista que não é diferente do jeito liberal de governar. Fisiológica, fraca, moralista, apegada às suas conquistas passadas, incapaz de apresentar uma alternativa que mobilize a sociedade, a socialdemocracia está em crise. As esquerdas atualmente, quer queiram ou não, são menos que uma sombra do que já foram em décadas passadas.
Nos últimos 20 anos, a socialdemocracia vem perdendo suas tradicionais bases operárias e populares e ganhando o coração dos novos burgueses urbanos. Essa transformação de seu eleitorado transformou a esquerda e a relação de força dentro do jogo eleitoral em toda parte: os operários e as classes populares votam com a direita, os “novos modernos” na socialdemocracia.
Nesse caldeirão de identidades frágeis e transparentes, o que acaba tomando conta do imaginário popular é o niilismo e o recurso ao subjetivo. Novas religiões, ressurgimento das antigas e um indiferentismo vivencial é o jeito primeiro- mundista de viver a pós-modernidade. E o resto do mundo, como sempre, segue essa procissão de descrentes e iludidos rumo aos tempos que virão. Até quando? 

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