Comunidades indígenas, principal-mente as do Mato Grosso do Sul, se dizem de luto, mas atentas. Pois, com
mordomia, churrasco, cerveja gelada, presença e discursos de senadores da
República, deputados federais e estaduais, acabou acontecendo, sábado passado, o
polêmico ‘Leilão da Resistência’ promovido por pecuaristas do Mato Grosso do
Sul para arrecadar recursos para financiar ações contra retomadas de áreas
indígenas.
A
estrela da abertura foi o deputado federal goiano, Ronaldo Caiado (DEM) que ao
falar aos presentes disse que o leilão era “a resistência democrática que o Mato
Grosso do Sul levantava naquele momento”. “Chega de desrespeito ao cidadão que
faz e que produz”, bradou Caiado seguido dos aplausos entusiasmado dos
presentes. Foram ouvidos, inclusive gritos de “Caiado presidente” e “Já ganhou”
no meio do público e do palanque. O parlamentar goiano falou da possível
realização de um leilão similar também no seu estado, no Mato Grosso e
Tocantins.
O
evento arrecadou R$ 640,5 mil com o arremate dos lotes de animais e cereais,
segundo o diretor da Leiloboi, Carlos Guaritá.
E, por decisão da Justiça, esse dinheiro deverá ser depositado em juízo e
liberado somente ao final de processo protocolado pelas comunidades indígenas. A Funai e o advogado que representa os indígenas, Luiz Henrique Eloy, ainda não se manifestaram a
respeito do resultado do leilão que tentaram, de todas as formas impedir.
Índios,
Funai e ONGs ambientalistas e religiosas ligadas à causa indígena acreditam que
o dinheiro será destinado à criação de milícias armadas para atacar as reservas
e impedir a retomada das terras dos índios invadidas por grandes empresas agropecuárias.
o presidente da Associação dos Criadores do estado (Acrissul), Francisco Maia, não desmente as acusações.
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