Nunca como agora a famosa frase
“o preço da liberdade é a eterna vigilância” se tornou tão atual. Axioma atribuído no Brasil ao brigadeiro
Eduardo Gomes, nos Estados Unidos a John Stuart Mill e a Thomas Jefferson, tem,
segundo alguns autores sua origem no mundo Greco-romano da Antiguidade. O certo
é que a História já confirmou que, apesar de batida, essa citação nunca perde
seu valor.
Contudo, embalados pelos
índices de aceitação e simpatia nunca alcançado por um governo no Brasil, Dilma
Roussef e seus verdadeiros aliados estão se esquecendo, dessa máxima. Enquanto festejam descontraidamente seu
sucesso, a canalha inimiga conspira, age e aos poucos vai minando a base do
projeto democrático tão duramente implementado nas duas últimas décadas.
Os ruralistas, os chamados “evangélicos”,
os moralistas e todas as demais raias miúdas que compõem as forças
conservadoras brasileiras, se aproveitam do despreparo político das massas e da
euforia que embebeda os líderes governistas e ganham força. Capturam justamente
os maiores beneficiados por um governo de justiça social, a chamada “nova
classe média” para barrar avanços e fazer retroceder conquistas.
Isto porque, tiradas da miséria
financeira pelas “bolsas” distribuídas a mão cheia e pelo aumento substancial,
embora ainda injusto, do salário mínimo, essas pessoas ainda não estão a salvas
do analfabetismo funcional e do ignorante senso de oportunismo imediatista de
quem nunca teve muito para comer e viver.
Casos concretos podem ser
apontados. O uso maquiavélico que a “grande mídia” fez do julgamento do chamado “mensalão;
a votação da lei do Código Florestal que fez do ideal ambientalista do governo
uma vitória dos devastadores e, mais recentemente, a imposição de um famigerado
“pastor“ racista, misógino e homofóbico na presidência da Comissão de Direitos
Humanos da Câmara.
Isto sem falar no panorama que
se desenha com vistas às eleições de 2014. O PSB, que se valeu do governo Lula
para alcançar vitória em vários estados da federação começa a se revelar sua
verdadeira índole. Mostra que de “socialista” não tem nada e de partido, menos ainda.
Bem parecido com o MDB da época da ditadura militar, a sigla de propriedade do
governador pernambucano de belos olhos, verdadeiro balaio de gatos de
oportunistas, “ameaça” arregimentar outros pastores desarvorados para sua
batalha antidemocracia.
“Deitado eternamente em berço
esplêndido”, o Brasil não pode continuar dormindo. E quem tem a obrigação de
acordá-lo são todos os que tem voz, e espaço para gritar. Qualquer indecisão
pode gerar um passo em falso, e as raposas e abutres da política estão aí para
aproveitar. O baile da Ilha Fiscal, o comício da Central do Brasil e outros
eventos ingenuamente descuidados estão nos livros e na memória recente do país
para mostrar que “a quem cochila, o cachimbo cai”, como dizia, sabiamente,
minha vovó.
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